terça-feira, 23 de abril de 2013

O Brado Canto das Valkyrias


Vida, es tu tão perversa?
Ou só maléfica?
Cruel ou indiferente,
Es tu apenas a vida.

Deparo-me com teus doces cantos,
Teus caminhos incertos cheios de certeza,
E vejo-me então, um finado.

Suspiro ao viver, vivo de suspirar,
Doce ardor amargo,
De um âmbito sempre tão falho,
A luz, sempre tão enganadora,
Enfim, póstumas palavras.

Fim aos que disseram, tristes os que vieram,
Um universo cheio de mágoas,
Triste perante os fins,
Amargo perante os meios

Amargo canto de dor,
Sangrento em suas simples sutilezas,
Triste! Maravilhoso pois, de cor tão doirada,
Me deparo com seu desamparo.

Cantem, cantem pois está a vir,
Tal dia de suma glória, se mostrou incapaz,
Triste fim teve, triste fim teve,
Cantem pois jamais virá.

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